SALIF KEITA

O KJF 24 traz-nos um dos maiores nomes da música mundial.
Celebrar a diferença, enaltecendo-a através da música é tema que sempre regeu os caminhos de Keita. Dura foi a luta de Keita contra a discriminação a que foi submetido desde criança pelo facto de ser albino, característica ligada ao azar na cultura mandinga.

Assim, muda-se para Bamako,onde se junta à banda “Super Rail Band “ para, no ano de 1973, juntar-se aos “Les Ambassadeurs”.

Em finais da década de 70 é-lhe reconhecido o mérito, surgem alguns prémios e na década de 80, muda-se para o grande palco da world-music – Paris, onde desperta a atenção de produtores e músicos como Zawinul, Carlos Santana, da nossa Cesária Évora entre outros.

Grava “Amén”, o primeiro álbum africano nomeado para um Grammy. No seu último álbum “Un Autre Blanc”, o interesse pela mescla musical resultante do que o músico foi colecionando ao longo do tempo: influências do Pop, fundem-se com as sonoridades do Mali, o Funk, mas o essencial é sempre a típica sonoridade que Keita consegue numa fusão perfeita entre África (onde o precioso embalar da música do Mali ou as marcadas percussões de ritmo elaborado estão sempre presentes) e o Pop – o tão falado Afro-Pop que na opinião de grande parte da crítica o músico terá sido o percussor.

Com mais de 50 anos de carreira, prepara-se agora para voltar à terra que o viu nascer, às margens do rio Níger, onde quer ser agricultor e descansar, liderando associações de defesa do albinismo.

Cabo Verde, terá o privilégio de receber a “voz de ouro” que continua a encantar África e o mundo.